segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Arranco de Varsóvia - Quem é de Sambar (1996)


A idéia do Arranco de Varsóvia me surgiu numa insônia no Japão quando lá estive em 92. Nessa noite ansiosa me dei conta que tinha que voltar a fazer uma coisa vocal mais centrada. Constatei que no Céu da Boca dos anos oitenta me dei bem nos sambas.
primeiro que procurei foi o meu irmão ipanemense Muri Costa que tinha praticamente a mesma formação que eu, além de conhecer mais sambas. Idas e vindas até que Eveline Hecker, Soraya Ravenle e Rita de Cássia (antes Peixoto) formaram o primeiro caju. Danilo Caymmi, sem saber, batizou. O primeiro samba que arranjei pro Arranco foi o Quem me vê sorrindo do Cartola. Muri já engendrou o Quem é de sambar de Sombrinha e Marquinhos PQD e quando tínhamos uns dez arranjos prontos mostramos pra Beth Carvalho, que se emocionou e virou madrinha.
Daí pro primeiro CD em 97 foi uma montoeira de apresentações no Rio, até Fernando Morello e Guilherme Reis comprarem nossa briga em seu estúdio Discover. Chamamos o Paulo Brandão, produtor caprichoso, e produzimos o Quem é de sambar, nosso primeirão lançado pela Dubas do Ronaldo Bastos.
Logo no ano seguinte fomos convidados por Henrique Cazes para uma homenagem ao Cartola no CCBB. Já cantávamos duas do mestre, juntamos mais ao repertório e ficou muito supimpa. Ronaldo assistiu e encomendou o Samba de Cartola, nosso 2o CD, dedicado à obra do Angenor da Mangueira e gravamos e mixamos em tempo recorde . Esse foi produzido por Muri, Armando Telles e eu.
Soraya foi-se em carreira solo e o Arranco mudou durante um tempo. Fizemos bons projetos com Jurema de Candia mas não conseguimos gravar.
O terceiro CD só chegou em 2005, depois que Muri, Miguel Bacellar e eu promovemos uma nova tríade feminina no grupo. Eis que Andréa Dutra, Cacala Carvalho e Elisa Queirós ingressam em 2001 e nos dão vida nova. Fizemos nossa festa de samba e música e piada e uma risada carioca que não tem preço. Montamos um repertório nos moldes do primeiro CD (sambas de mil vertentes), e com Marcelo Costa e Fernando Morello na produção demos o nosso parecer musical com muito gosto e prazer. Até ganhamos o prêmio TIM de Melhor Grupo de Samba em 2006. Ficou um registro muito atualizado de uma onda do samba no Rio. Rio onde o Arranco tem uma contribuição muito especial e se orgulha disso.
Paulinho Malaguti (Pauleira)

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