quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Jô Soares e o Sexteto - 2000


Insaciável como sempre, o humor inteligente do “gordo” surge agora em um novo formato. O CD "Jô Soares e Sexteto" traz a gravação do show musical que ele e a banda de seu programa de TV têm apresentado, em casas noturnas de algumas capitais do país, desde o final de 1999. Nesse espetáculo, Jô homenageia outra de suas paixões: o jazz.
Jô combinou dois critérios para selecionar as 13 canções que compõem o roteiro do show: seu gosto pessoal e a intenção de mostrar à platéia diferentes estilos do jazz, como o swing (em "Makin' Whoopee"), o dixieland (em "On the Sunny Side of the Street") ou o hard bop (em "Blues Walk"). Tudo isso sem pretensões didáticas, mas com graça. Tocando bongô e cornet (uma versão compacta do trompete), além de cantar em várias faixas, Jô está bem-acompanhado por seu popular Sexteto, formado por Osmar (piano), Derico (sax e flauta), Chiquinho (trompete), Tomati (guitarra), Bira (baixo) e Miltinho (bateria).
No show, Jô interpreta sucessos de alguns de seus jazzistas favoritos, comoos trumpetistas Chet Baker (a balada "Let’s Get Lost") e Dizzy Gillespie (a afro-cubana "A Night in Tunisia"). Já quando canta, mesmo que não chegue a mencioná-los no show, é fácil perceber sua ligação com os estilos brincalhões de Cab Calloway, Slim Gaillard e Louis Jordan, músicos que, exatamente como Jô, valorizavam o papel do humor no jazz.
Ao introduzir os números musicais do espetáculo, ele também conta casos e histórias engraçadas. Como o fato de ter nascido em 16 de janeiro de 1938, na cidade do Rio de Janeiro, na mesma hora em o clarinetista Benny Goodman comandava, em Nova York, o primeiro concerto de jazz realizado no palco do erudito Carnegie Hall. Ou a apresentação hilariante de um velho blues da época da Depressão norte-americana, que o humorista usa para alfinetar a atual onda de desemprego no país. A tradução óbvia para "One Meat Ball" que, seria "Uma Almôndega", mas Jô prefere apimentar sua versão, intitulando-a "Um Croquete". Na vida real, ninguém riria da história de um desempregado ao entrar num restaurante, só tem dinheiro no bolso para pedir um croquete. Mas quando essa cena é interpretada por Jô Soares, quem consegue evitar uma gargalhada?

Um comentário:

meubonje disse...

Pra quem curte JAZZ, esse disco e muito bom.